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Afinando o instrumento

IMGRecentemente fui questionado sobre o percurso que tive que fazer para chegar no atual estágio de minha vida. Obviamente isso me levou a uma reflexão de ordem pessoal e em relação à minha carreira. Quando somos questionados sobre nós mesmos, geralmente fazemos muitas perguntas de fórum íntimo, para encontrarmos as respostas.

Acredito que refletir sobre o percurso de vários anos de nós mesmo, é como acessar informações para entrarmos em contato com o nosso principal arquétipo, definido pelo psicanalista suíço, Carl Gustav Jung, como self, pois é nele que se encontra a totalidade da nossa personalidade. O que fazemos consciente e inconscientemente.

A definição de Jung sobre o si mesmo é muito interessante e compartilho: ‘representa o objetivo do homem por inteiro, o saber, a realização de sua totalidade e da sua individualidade, com ou contra a sua vontade. A dinâmica desse processo é o instinto, que vigia para que tudo ao que pertence à uma vida individual figure ali, exatamente, com ou sem a concordância do sujeito, quer tenha consciência do que acontece, quer não‘.

Nossa completude, nosso vazio, nossa luz, nossa sombra, nossa aceitação, nossa recusa, nossas vivências, experiências, ideais, aspirações, crenças limitantes, ou simplesmente nossas crenças, vontades de buscar o conhecimento, a preguiça de estudar, nossos pontos fracos e fortes, nossas próprias cobranças, todos os aspectos distintos do percurso, enfim, a nossa identidade.

Sem querer filosofar, nem tenho esta pretensão, penso que construímos nossa identidade vivendo… ‘viver é afinar o instrumento, de dentro para fora, de fora para dentro, a toda hora, a todo momento, de dentro para fora, de fora para dentro‘, parafraseando uma composição do Walter Franco eu procuro definir como eu vejo a formação da totalidade do nosso ser. Um instrumento em constante afinação.

Quando este instrumento está na composição de uma orquestra, ele está num convívio com outros, então é avaliado pelo seu conjunto. Se levarmos isso para o lado profissional, devemos nos colocar junto de uma equipe, onde talento, criatividade, responsabilidade, pró-atividade, entre outros atributos formam um composto que passa pela constante avaliação.

No percurso de nossa carreira, passamos por muitos critérios de avaliação e dependendo do nosso desempenho, obtemos ganhos em nível individual. Neste processo há muitos valores intangíveis e nem sempre os compreendemos e trazemos para o plano de nossas maiores riquezas. Parece simples, mas na realidade, no dia-a-dia, poucos param para pensar neste sentido, e não sabem como executar o percurso da vida profissional, o seu papel, não sendo reconhecido por suas habilidades. É como um maestro que não sabe reger sua própria orquestra.

Pedro Nadaf é presidente do Sistema Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso – Fecomércio/Sesc/Senac-MT

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