Dinheiro bom é aquele que circula legalmente no mercado gerando benefícios como um todo, principalmente sociais. Na semana passada falei que a inadimplência prejudica as ações de governo, e hoje vou abordar a informalidade, que traz prejuízos ainda maiores, porque todo recurso da chamada economia subterrânea, aquela que não é computada, não traz retorno no âmbito das políticas públicas. Para se ter uma ideia, no ano passado, a produção de bens e serviços nesta esteira ultrapassou R$ 730 bilhões.
No computo do Produto Interno Bruto do país, o montante que ficou a margem da legalidade, trouxe prejuízos de 0,3% em relação a 2011, pois a produção informal representou quase 17%. Muito embora tenha desacelerado nos últimos anos, em detrimento do Programa Empreendedor Individual, a informalidade ainda assusta e precisa recuar ainda mais, já que exterminá-la parece uma missão praticamente impossível. Quantos de vocês assistem achegada de negócios informais, principalmente em pontos estratégicos da cidade?
A explosão deste negócio realizado através de produtos e serviços, entretanto, vai mais além de um simples ambulante comercializando suas mercadorias. Antes de chegar ao vendedor informal, os negócios incluem desde sonegação, falsificação, pirataria, contrabando de armas e, enfim a corrupção.Está associada, portanto, ao crescimento do quarto setor, como é conhecido o do crime organizado,das operações ilícitas. O respaldo dado para estruturas criminosas não vem somente da corrupção, mas também do dinheiro de quem faz girar a economia informal.
Recentemente li que quatro estudantes da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) desenvolveram um trabalho de cunho científico sobre informalidade no comércio no município de Nova Olímpia, que fica há 207 quilômetros da capital mato-grossense. Com relação ao fator determinante do surgimento da informalidade na cidade, foi apontado no estudo, “que a baixa renda familiar e o desemprego são os principais fatores”, aliados à falta de recursos financeiros e a alta carga tributária.
Há um esforço conjunto de governos e entidades da iniciativa privada para a redução da informalidade. É preciso sempre difundir que hoje há mecanismos que possibilitam a legalização dos que atuam de forma clandestina, gerando problemas à máquina pública, para a sociedade e a si próprio. Há estudos do Sebrae Nacional que comprovam que 26% dos empreendedores que saíram da informalidade tiveram ampliação de suas vendas.
De 12 a 14 de setembro, Cuiabá vai sediar a Feira do Empreendedor 2013, promovida pelo Sebrae. Será uma oportunidade aos que querem melhorar seus negócios, investir, mas também para o despertar da consciência dos informais,principalmente os individuais, sobre o quanto ter um CNPJ e pagar corretamente os impostos podem agregar valores , mudar suas vidas e melhorar a vida do próprio país.
PEDRO NADAF É SECRETÁRIO-CHEFE DA CASA CIVIL E PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO DO ESTADO DE MATO GROSSO – FECOMÉRCIO/SESC E SENAC.