A saúde financeira de uma administração pública é um dos pontos fundamentais para mensurar a capacidade de um governante. A importância do cumprimento das metas previstas refletem no equilíbrio e na disciplina fiscal. Governantes que têm preocupação neste sentido, certamente evitam deixar para seus sucessores um Estado difícil de administrar.
O exemplo dado pelo governador Silval Barbosa legitima o que estou dizendo. Vale lembrar que o chefe do executivo mato-grossense está empenhado em conter despesas em seu último ano de gestão, e pretende ir mais além, zerar o déficit orçamentário. Sua posição não é apenas de um administrador prestes a deixar a condução da máquina pública, mas de quem durante seu governo trabalhou neste processo, destacando-se que em dois anos conseguiu reduzir o referido déficit, de R$ 1,1 bilhão para R$ 400 milhões. Isso só foi possível contendo-se despesas, mas principalmente focando-se num trabalho dentro do que é factível.
No último ano do atual governo de Mato Grosso exige-se de forma mais enérgica que os projetos estejam de acordo com a realidade orçamentária, e há uma estratégia para se garantir a contenção de despesas. Será inevitável, portanto, conter gastos extras ao longo do ano pelas secretarias de Estado. Dentro deste foco, os secretários deverão trabalhar de forma alinhada com a proposta do governador Silval, a começar pelo que está pré-programado para 2014.
Para este alinhamento, entretanto, penso que é preciso muito diálogo, reuniões coletivas e individualizadas, mas também a consciência de que os gastos extras devem ser evitados. Uma das alternativas para facilitar o controle dos recursos de cada secretaria de Estado será o repasse de recursos mensalmente, conforme os empenhos dos pagamentos. Com esta rigidez fiscal, é possível a aplicação correta do orçamento, que é a prioridade número um do governador.
O que a princípio pode parecer administrar com braço de ferro, a exemplo do bloqueio de pagamentos às Secretarias de Estado, na ausência de autorização do Executivo nas contratações, até que a situação seja regularizada, é na realidade uma forma estratégica encontrada para buscar um equilíbrio agregador. A austeridade do governo certamente trará benefícios ao Estado e maior tranqüilidade a quem vai assumir os novos desafios da sua administração.
Pedro Nadaf, é secretário chefe da Casa Civil e Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso-Fecomércio/Sesc e Senac