Hoje é o Dia do Trabalho, no Brasil a data de origem francesa, é comemorada desde 1924 e sempre remete as lutas e conquistas laborais. Vale lembrar que foi o senado francês que ao ratificar a jornada de trabalho de 8 horas, proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional. É importante sempre nesta data abrirmos espaços para reflexões sobre como tem se comportado o mercado, de como temos evoluído em nossas carreiras e de como podemos contribuir com a geração de empregos.
Segundo a OIT Organização Internacional do Trabalho, a taxa de desemprego em 2013 foi de 6%. O número de desempregados em nível mundial aumentou 5 milhões em 2013. Por mais que em nosso país a manutenção do emprego está entre as prioridades do Governo Federal, a classe empresarial nem sempre aposta nesta possibilidade, por mais que empreende para contribuir neste sentido. Em Mato Grosso, por exemplo, na pesquisa feita pela Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso sobre as expectativas empresariais para 2014, registrou-se queda de 9% em relação a estabilidade do mercado de trabalho, no tocante ao mesmo período do ano passado, e no tocante a diminuição das ofertas de emprego, o percentual foi de 13%, sendo que em 2013 foi de 7%.
Se não bastasse o aumento do desemprego mundial, há bilhões de pessoas atuando em condições precárias no mercado, não desenvolvendo dignamente suas potencialidades. O mais preocupante, entretanto, é o desemprego juvenil, sendo que aproximadamente 74,5 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão desempregadas, o que representa 13,1 por cento, no computo geral. A Performance de alguns países mostram a gravidade no setor laboral. Países europeus não apresentaram no ano passado sinais de melhora, no sul da Ásia aumentou os empregos informais, no Oriente Médio e Norte da África, não houve geração de empregos. A América Latina , países do Caribe, do sudeste Asiático, do Pacífico experimentaram crescimento, em relação a população ativa.
No relatório de Tendências Mundiais de Emprego 2014, é apontado que embora muitos setores estejam produzindo ganhos, o crescimento do mercado de trabalho continuará fraco, e para agravar a projeção é mostrado também que o desemprego continuará em elevação. A solução, pelo que se tem de análises deste mercado, somente se reverterá com a intensificação de esforços para se acelerar as ofertas de trabalho e isso passa pelo apoio às empresas privadas,as principais responsáveis pela criação de novas oportunidades de emprego. Ocorre, porém, que fatores como o aumento de impostos sobre a renda e o consumo, penalizam a iniciativa privada com alta carga tributária, inibindo muitas vezes o crescimento, promovendo incertezas ao mercado laboral.
No Brasil a OIT e o Sebrae Nacional assinaram recentemente documento para desenvolver conjuntamente um programa de cooperação técnica que envolve, dentre outros ganhos, um estudo para ampliar a produtividade e condições de trabalho das micro e pequenas empresas. Acredito que sejam ações, neste sentido, que irão contribuir para se encontrar caminhos para uma maior quantidade e qualidade de empregos em nosso país. Feliz Dia do Trabalho, feliz dia de descanso e de reflexões.
Pedro Nadaf, é secretário chefe da Casa Civil e Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso-Fecomércio/Sesc e Senac