Não há dúvidas de que o perfil urbano e a logística metropolitana de Cuiabá e de Várzea Grande estão mudando para melhor em detrimento das obras da Copa do Mundo. Pode ser que para muitos a “ficha ainda não caiu”, mas tenho a convicção de que historicamente, nós jamais iríamos ver pelo menos nos próximos 50 anos, em um único período, outra revolução urbanística de tão grandes proporções, na capital mato-grossense.
Nem sempre uma reformulação urbanística pode acontecer sem gerar impactos para a sociedade em geral. Imagine se isso poderia ser possível diante de uma aglomeração de obras concentradas onde está 35% da população inteira de Mato Grosso. Vejo as críticas da população em relação aos transtornos gerados pelas obras da Copa do Mundo, como naturais e normais, e sou da opinião de que o governante que não as compreender não tem condições de tocar projetos de tal envergadura. Nem sempre, entretanto, as críticas são justas.
Recordo quando iniciou o processo de se trazer a Copa do Mundo para Mato Grosso, muitas pessoas na época criticavam achando que nós estávamos fazendo um papel ridículo porque jamais Cuiabá teria chance de sediar o evento de grande magnitude. Isso está muito fresco na minha memória porque, na qualidade de secretário de Turismo do governo Blairo Maggi, eu era um dos que atuavam na linha de frente deste processo, inclusive fui a Federação Internacional de Futebol (Fifa) apresentar o plano de governo e execução das obras, e também fui a uma reunião, em Zurique (Suíça), com o presidente da Federação, Joseph Blatter, acompanhando Blairo e o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando a etapa inicial foi concretizada, e ganhamos a “competição” de sediar a Copa, vieram outras críticas, a exemplo do projeto da Agecopa, atual Secopa, pois algumas pessoas diziam que as obras jamais iriam acontecer, que não sairiam do papel. Não bastou as obras saírem do papel para aumentarem as críticas, assim que começaram a ser executadas as obras, diziam que não ficariam prontas…e assim por diante.
Vejo o processo de se jogar contra, como natural pessimismo. Ninguém quer saber se houve processos burocráticos, se lidamos com os obstáculos transpostos pelo tempo ou pelo processo de liberação de recursos, pagamento, fluxo de caixa, etc. Por outro lado, o que me enche de muito otimismo é acreditar que o legado que o governo Silval Barbosa deixará, será como um presente para a vida de Cuiabá e de todos que aqui nasceram ou que escolheram a cidade para investir e viver.
Pedro Nadaf, é secretário chefe da Casa Civil e Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso-Fecomércio/Sesc e Senac