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O alto custo do crédito e o baixo consumo

O aumento do custo do crédito tem sido um dos obstáculospara o estimulo do consumo no Brasil. Tal fator inclusive levará o mercado em2013 a não ter a mesma performance de 2012. Grande parte das empresas estãoreestruturando seus negócios, com gastos e investimentos menores. Há maiorcompetitividade e quem opera com base no dólar tem ainda motivos a mais para sepreocupar com a concorrência. A alta DA moeda Americana nesta semana feoiconsiderada a maior dos últimos quatro anos.

O custo do crédito, embora ainda não afete de formaconsiderável o nível favorável de consumo, tem levado ao baixo otimismo e issoprejudica OS investimentos, tanto DA pessoa física, quanto DA jurídica. Napesquisa DA Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo- CNC,divulgada nesta semana, foi apontado que “a Intenção de Consumo dasFamílias (ICF), apresentou em agosto, recuo de 1,3% (123,4 pontos) nacomparação com o mês imediatamente anterior, e queda de 9,0% em relação aagosto de 2012”. Este índice na avaliação DA CNC, mantém-se no menor nível DAsérie iniciada em Janeiro de 2010 – em julho, segundo a fonte, o ICF apresentouquedas de 4,0% e 7,7%, nas comparações mensal e annual, respectivamente, e ocusto do crédito está entre OS fatores que refletiram nos números apresentados.

Está sendo desafiador o ano 2013 tanto para o Brasil, quantopara o mundo, a atividade econômica está em retração. Os bancos privados estãocautelosos. Para se ter uma ideia, foi divulgado no mês passado pelo própriopresidente de uma das maiores instituições bancárias do país, o Bradesco, que obanco reduziu, para este ano, a expectativa de crescimento do PIB brasileiro,de 3,5% para 2,3% e o de expansão de sua carteira de crédito DA faixa entre 13%e 17% para 11% e 15%. O segundo semestre será de aperto ainda maior, conformeprevisões de mercado.

O aumento de taxa básica de juros deve continuar impactandono custo do crédito, a partir de julho OS juros ficaram ainda mais caros para apessoa física, o aumento médio foi 0,55% com a taxa passando de 5,45% para5,48%, o que corresponde a um acumulado ao ano de 89,69%, segundo dados DA AssociaçãoNacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).Foi a maior taxa desde novembro de 2012, e OS mais afetados com a alta dosjuros foram OS que precisam acessar o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), ofinanciamento de automóveis, por exemplo, tive a taxa fixada em 1,58% ou 3,27%acima do índice de junho.Os bancos também estão ficando mais seletivos. Poroutro lado isso é considerado positivo, pois ajuda a reduzir a inadimplência doconsumidor, que fechou no primeiro semestre de 2013 com aumento considerável,de 5,6% em relação ao mesmo período de 2012, conforme levantamento DA SerasaExperian.

Apesar do quadro que remete a um cenário de incertezas, e doICF apresentar variações negativas, continuo tendo otimismo. O ano de 2013 nãoserá neutro para o Brasil. Haverá crescimento, embora em menores índices do quefoi projetado e com maiores sacrifícios, e cortes tanto por parte dos queproduzem e comercializam, quanto dos que consomem.

• Pedro Nadaf, é secretário chefe DA Casa Civil e presidenteDA Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de MatoGrosso-Fecomércio/Sesc e Senac.

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