Você sabia que o Brasil tem que percorrer 26 anos para se aproximar da marca da expectativa de vida dos japoneses? No ano passado a média de 80 anos, no Japão, foi superada pela primeira vez para os homens. Este país asiático tem a quarta colocação mundial. Há projeções de que somente em 2041 a expectativa de vida dos brasileiros atinja a média de 80 anos.
Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE do ano de 2013 revelaram crescimento, sendo a média de 74,8 anos, 71,3 para os homens e 78,5 para as mulheres. No Japão, em 2013 foi registrada a expectativa de vida de 80,21 anos, para os homens, e com isso a barreira dos 80 anos naquele país foi ligeiramente ultrapassada para o gênero masculino. Já as mulheres japonesas também vivem mais, 86,61 anos.
Recentemente, num evento de excelência internacional, ouvi de um filósofo que a vida qualitativa vale mais. Esta frase pinçada, do muito falado pelo profissional, foi importante para minha reflexão. Filosofia à parte, percebi que a melhoria contínua em busca da excelência passa por este processo, que é acima de tudo de decisão pessoal. Ou seja, um rompimento do paradigma de que é o mundo moderno que nos conduz a uma vida estressante, e não os nossos próprios atos perante o mundo.
Já que estamos vivendo mais, qual a qualidade de vida que temos? Estou convicto de que todos devem dar chances para o despertar da consciência em relação à própria saúde plena, nos aspectos físico, mental e espiritual. Eu mesmo tenho buscado este caminho, embora não seja tão fácil percorrê-lo.
No mundo moderno muitos são os que cuidam dos outros, mas há poucos, entre estes, cuidando de si próprios. Não quero, de maneira alguma, entrar no mérito das questões individuais de cada um, mas creio que seja preciso refletir sobre o comportamento que temos neste sentido também.
Há sempre probleminhas e empecilhos desviando a pessoa bem intencionada do caminho da qualidade de vida, por mero fato desta não ser forte o suficiente para se priorizar em detrimento de tantos afazeres e compromissos, quase sempre inadiáveis. Também vivo esse dilema e muitas vezes sem perguntar: será que os compromissos são tão inadiáveis assim?
Sinto que é fundamental ter consciência de que a qualidade de vida não combina com sobrecarga de trabalho, com a falta de exercícios físicos ou com alimentação incorreta. Ou seja, toda atenção é pouco para termos uma readequação, ou melhor dizendo, uma reeducação neste processo. Quem sabe assim aprendemos a viver acima das expectativas e o mais gratificante, com qualidade de vida, mesmo em detrimento ao aumento da longevidade.
Pedro Nadaf é secretário-chefe da Casa Civil