Desde o início de 2015 temos convivido com o assunto crise econômica na ordem do dia, fortalecendo o problema como parte integrante do nosso cotidiano. Durante este ano, obviamente, muitos assistiram empresas cortarem os custos, e limitarem os investimentos. Por esta razão, cada vez que surgem novos empreendimentos em Mato Grosso, por menores que eles sejam, nos traz muita alegria, pois é uma demonstração de que a nossa economia está reagindo.
Duas notícias me chamaram a atenção no dia de ontem, 9 de setembro. A exatamente às 9 horas da manhã, em Cuiabá, dois empreendimentos comerciais estavam sendo inaugurados, a loja dos Supermercados Comper, na região de Dom Aquino, a 12ª do Grupo Pereira, na capital mato-grossense, e a loja de O Boticário, a 19ª da empresa Matos, que tem a franquia da marca em Cuiabá e Várzea Grande.
No maior empreendimento, dentre os citados, o Supermercados Comper do bairro Dom Aquino, foram investidos R$ 8 milhões e o negócio vai gerar 120 empregos diretos, fora as oportunidades de trabalho de forma indireta que estará possibilitando. Embora a crise seja real, o Grupo teve por opção não puxar o freio, colocando seus negócios a todo o vapor em Mato Grosso. Vale lembrar que é o quinto empreendimento da marca inaugurado neste ano, somente na grande Cuiabá, reforçando a presença de suas marcas no Estado e também no Centro Oeste. Possui no Brasil 62 unidades de negócios, com as marcas Bate Forte, Forte Atacadista e Comper, gerando 2.8 mil empregos diretos.
Pode parecer até uma feliz coincidência, mas a loja de O Boticário foi inaugurada ontem em uma das unidades do Comper, e não foi na mesma unidade. Não é um empreendimento grande, pois corresponderá apenas a 2 por cento do faturamento da empresa Matos, mas será sem dúvida um negócio que fortalecerá a marca na região do Consil, que está em plena expansão residencial e comercial.
O interessante é que a direção da franqueada de O Boticário em Cuiabá e Várzea Grande não vê a crise em Mato Grosso, como está sendo difundida no Brasil. A Matos continua a investir e a crescer, considerando que há um efeito psicológico gerado pela mídia, tornando o problema de ordem econômica em nível local, muito maior do que realmente se apresenta a situação. Foi lembrado que grande parte da receita da classe trabalhadora mato-grossense é gerada de empregos públicos e tanto os governos do Estado, quanto do Município estão com as folhas de pagamentos em dia, o que é um bom sinal para os que empreendem na área comercial.
Se mirarmos nos dois exemplos citados, e no fato de que no próximo mês o Shopping Várzea Grande será inaugurado, fazendo girar numa única roda cerca de duzentos empreendimentos, acredito eu que teremos mais otimismo e entusiasmo em nosso cotidiano. Lembrando que não são somente as empresas, que tem suas marcas já consolidadas, que estão investindo no período de crise, mas sim tem muita gente apostando em novos empreendimentos, amenizando os impactos negativos no ambiente econômico.
Sugiro que lancemos nossos olhares para a história econômica nacional e também na local, assim vamos verificar que existiram outros momentos de crise no país e, em Mato Grosso, e que as dificuldades financeiras nos referidos períodos foram nascentes de excelentes negócios, principalmente para aos que não se abateram pelo desânimo. Que sigamos os bons exemplos daqueles que ousam, pois muitos deles estão muito perto de nós.
Pedro Nadaf, é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso-Fecomércio/Sesc e Senac
